quarta-feira, 30 de março de 2016

Gerenciamento

Conversava online agora a pouco com um colega, e ele comentava que gerenciar é uma arte. Será mesmo que gerenciar seja uma arte, ou que seja prioritariamente uma arte? Sinceramente ouso educadamente discordar. Gerenciar é uma técnica que pode ser aprendida, desenvolvida, aprimorada e ajustada, continuamente por todos. Gerenciar é muito mais até do que uma simples técnica, de um método de aprendizado, pois entendo que gerenciamento, envolve muito de compromisso, de responsabilidade, de respeito, até mesmo de comportamento e de confiança reciproca, que vai muito além de uma simples aplicação de método, ou de uma coleção de técnicas meramente aprendidas, envolve muitas e diversas disciplinas e competências, e muito de compromisso humano e profissional. 

Como de costume, coloquei-me a pensar, e neste caso com o porquê de muitas pessoas verem o gerenciamento como uma arte, muito mais do que como um conjunto complexo de técnicas, conceitos, disciplinas, competências, postura, foco, e compromisso profissional e humano. Muitos, em especial os que como eu já estão no mercado de trabalho a mais tempo, viram profissionais serem promovidos à gerentes, e em diversos casos estes não conseguiram ser o que se espera de um bom gerente, daí talvez venha a equivocada, para mim, assertiva, de que aquele profissional não tinha a “arte” do gerenciamento. Mas a culpa não é da falta de arte, muitas vezes sequer é do profissional que é alçado a uma posição gerencial sem preparo algum. Na maioria de nossas empresas, um técnico de qualidade galga os postos técnicos e chega ao topo de sua “carreira” e acaba por não ver como continuar crescendo, sobrando a ele apenas, muitas vezes, aceitar o “desafio” de uma carreira gerencial ou executiva. O que importa é que um bom técnico, pode não ter o preparo, o conhecimento das disciplinas mínimas para o gerenciamento, pode não ter a habilidade e as competências, entretanto na possibilidade de continuar “crescendo”, acaba aceitando, ou outras vezes, provocando, sua “promoção” a um cargo gerencial, simplesmente porque é ótimo no que faz, e falaciosamente muitos creem que se alguém é bom no que faz, talvez seja a melhor pessoa para gerenciar o que muitos fazem, o que em muitas vezes se mostra um erro. Não que um ótimo técnico, não possa, se desejar, ser preparado nas disciplinas, no comportamento, e nos conhecimentos, nas competências, técnicas e humanas, para aí sim estar preparado para um comprometido gerenciamento. A “arte” de gerenciar nada mais é do que estar preparado técnica e humanamente para o exercício compromissado de representar a empresa ou a corporação, sem perder jamais de vista o foco nas necessidades, motivações e realidade de seu corpo de funcionários. Atingir objetivos, superar metas, dar retorno ao negócio, sim, mas na construção ou manutenção de uma equipe unida, responsável, comprometida, motivada, e que confia no seu líder gerencial. Algumas pessoas podem naturalmente ter uma maior facilidade no trato humano, mas todos, desde que realmente desejem se tornar ótimos gerentes, podem, têm capacidade de se preparar, de serem preparados pelo empregador nas competências, nas disciplinas, no comportamento, para fazerem de sua promoção gerencial algo que lhes complete como profissionais. É imprescindível que o profissional em preparo para cargo gerencial deva ter clara consciência e conhecimento de que o trabalho gerencial é muito diferente do trabalho operacional e técnico, mesmo sendo o gerenciamento também algo que necessita de técnica.